quarta-feira, janeiro 18, 2012

K. não deve escrever muito. Ele provoca tristeza, melancolia, niilismo

quarta-feira, novembro 08, 2006

HBCG

Negativo. O hbcg nunca erra. Quantas tentativas mais? Quanto tempo mais desse vazio literal? Alguns meses? A vida toda? Amigos e amigas parindo seus bebês. Cores, pesos, expressões. Mãos pequenas. Vida frágil, quase bonecos... Mas vida. Vida que pulsa, que cresce. Vida que se faz sozinha. Que vai ter suas dúvidas e certezas próprias. Seus erros e grandes gols. Sucesso ou fracasso? Que importa? Vida.

E eu aqui. Parindo dead lines, projetando eventos e assumindo riscos. Grandes passos, largos passos. Todos para fora, para o outro. Momentos que começam e terminam em si mesmo. Gerando o presente que se renova.

E eu só queria gerar aqui, no meu umbigo, rei na barriga literalmente. Enquanto isso cumpro prazo e dou à luz os projetos. Dos outros.

sábado, novembro 04, 2006

Ele era apenas um rapaz, latino-americano...

Uma garrafa inteira de batida de goiaba, três chops e dois conhaques. Os meninos resolveram ir embora. Uns bundões. Fui pra Lapa ("Comi uma puta na lapa", declama Marcela Maria nos saraus...). Caído. Caidaço... Uma pirralhada "tipo assim" misturada com uns cinquentões corte de cabelo década de 80, putz.

Aí alguém me puxa pelo braço. Como eu odeio homem que te puxa pelo braço no meio da noite. Cara de criança, todo suado, de boné. Inseguro. Meio tímido. Meio gaguejante (ai saco, eu mereço):

- Você é estudante de jornalismo?
- Não. Sou bibliotecária.
- E lê no trabalho?
- O tempo todo. Dá licença?
- Não! Pô... ó só... assim. Tipo... pô, vou falar: pô, eu tô sentado com o meu pai, ele é um merda, a gente não concorda em nada. Ele é um otário e ainda usa um bigodinho ridículo. A gente tá discutindo. Você pode me ajudar pra eu ganhar a discussão?

Eu já tava tão bêbada, o menino era tão esquisito, o argumento era tão, mas tão bizarro, que eu topei:
- Tá. Mas eu vou beber e vocês que vão pagar. E não quero ninguém regulando não.
- Tá bom.

O pai do cara tinha uns 50 anos, um corte de cabelo tipo Simply Red na década de 80 e um bigodinho que, enfim... Sério: o cara parecia o Belchior.

Os dois não paravam de se atacar - e eu só na cachaça. O pai era um arrogante boboca. O filho precisava de um banho e de muita, muita autoconfiança.

Depois de mandar os dois calarem a boca umas 3 vezes, de dizer pro pai que ele era um racista babaca com a cara do Belchior e bota mais uma aí, resolvi tirar o garoto dali. O pai atrás, feito um cachorrinho.

Bêeeebada. Uma vontade de comer alguém.... Aí olhei o melequento. Sabe quando você olha e pensa: putz, peguei o rebutalho da noite, não vai dar nem pra saída, não tem pegada, não fala firme? Pois é. Foi deitar na cama para a segunda personalidade do rapaz aflorar! Firme, seguro, movimentos certeiros, ritmo perfeito, voz de comando!

Me deu uma surra de pica que eu achei que ele tinha priapismo! Cara, aquela porra não baixava de jeito maneira.

E foi até as 9 da manhã. Aí eu implorei pra dormir. Acordei às 11h com o cara metendo de novo... E depois ao meio dia. Ás 14:30 eu despachei. Não dava.

Não vou dizer que seja o caso de salmoura não. Mas uns dois dias sem andar de bicicleta é recomendável.

terça-feira, outubro 24, 2006

Primo do interior

Ia pro interior na maior má vontade. Todo mundo indo pra praia ou pros "antros de hippies perdidos no tempo" e eu indo pra Águas de Lindóia, Poços de Calda e o que o valha na companhia de tias pelancudas e carolas.

Depois de um tempo desisti de lutar. Entendi que a única forma de derrubar uma estrutura é estar... no centro dela! Para colocar em cada um de seus pilares toneladas de explosivos.

Passei a frequentar a igreja. Sentava do lado do primo. Comecei a perceber que não era só eu que não prestava atenção naquela bosta toda. Na falta de uma Playboy, a criatura suava frio olhando as tetas de Maria. Sim, aquela, a mãe de cristo.

Comecei a usar roupas cada vez mais recatadas. Porém... ricas em transparências, transpassados e fendas. Na igreja sentava ao lado do primo. As orações eram pretexto para pegar nas mãos da criatura.

"Daqui não saio enquanto não tornar esse aprendiz de coroinha em um fodedor de marca maior..."

E assim foi.

Hoje? Sei dele não. A última notícia é que casou com uma minhoca da terra, tem cria com mais duas ou três da região e se gaba que comeu a prima carioca... Tá! Não sabia nem colocar camisinha o mané.

Bom, o que importa é que, como boa cristã, através do priminho caipira fiz minha boa ação nesta vidinha vagaba, facilitando as palavras do senhor: "crescei-vos e multiplicai-vos"!

terça-feira, outubro 17, 2006

Ponto de vista

Seus olhos me encaram como quem vê um filme que já acabou. E eu achando sempre que ainda estamos no trailer.

sábado, outubro 14, 2006

O Amor e a Morte lenta

Sabe o que é ver o amor morrendo? E acompanhar essa morte do lado do leito, segurando sua mão? Você e o Outro, se despedindo daquela companheiro que foi tão esperado, tão desejado...
E de repente, não tem mais o que. Nem porquê. É aquele sentimento gostoso, reconfortante, que a gente crê eterno, se apagando lentamente, como um por do sol melancólico em dia nublado.

E quando ele se for de vez? Fazer o quê com esse vazio?

Tradição

Minha avó sempre disse: o único tesouro que você tem, minha filha, é esse entre as suas pernas. Então negocie bem. Por que nascer pobre é destino. Continuar pobre... é burrice.

Faça um bom casamento, conquiste um belo sobrenome. Dignidade é ter o que comer. O resto... rá! Falácias...
 
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