sábado, novembro 04, 2006

Ele era apenas um rapaz, latino-americano...

Uma garrafa inteira de batida de goiaba, três chops e dois conhaques. Os meninos resolveram ir embora. Uns bundões. Fui pra Lapa ("Comi uma puta na lapa", declama Marcela Maria nos saraus...). Caído. Caidaço... Uma pirralhada "tipo assim" misturada com uns cinquentões corte de cabelo década de 80, putz.

Aí alguém me puxa pelo braço. Como eu odeio homem que te puxa pelo braço no meio da noite. Cara de criança, todo suado, de boné. Inseguro. Meio tímido. Meio gaguejante (ai saco, eu mereço):

- Você é estudante de jornalismo?
- Não. Sou bibliotecária.
- E lê no trabalho?
- O tempo todo. Dá licença?
- Não! Pô... ó só... assim. Tipo... pô, vou falar: pô, eu tô sentado com o meu pai, ele é um merda, a gente não concorda em nada. Ele é um otário e ainda usa um bigodinho ridículo. A gente tá discutindo. Você pode me ajudar pra eu ganhar a discussão?

Eu já tava tão bêbada, o menino era tão esquisito, o argumento era tão, mas tão bizarro, que eu topei:
- Tá. Mas eu vou beber e vocês que vão pagar. E não quero ninguém regulando não.
- Tá bom.

O pai do cara tinha uns 50 anos, um corte de cabelo tipo Simply Red na década de 80 e um bigodinho que, enfim... Sério: o cara parecia o Belchior.

Os dois não paravam de se atacar - e eu só na cachaça. O pai era um arrogante boboca. O filho precisava de um banho e de muita, muita autoconfiança.

Depois de mandar os dois calarem a boca umas 3 vezes, de dizer pro pai que ele era um racista babaca com a cara do Belchior e bota mais uma aí, resolvi tirar o garoto dali. O pai atrás, feito um cachorrinho.

Bêeeebada. Uma vontade de comer alguém.... Aí olhei o melequento. Sabe quando você olha e pensa: putz, peguei o rebutalho da noite, não vai dar nem pra saída, não tem pegada, não fala firme? Pois é. Foi deitar na cama para a segunda personalidade do rapaz aflorar! Firme, seguro, movimentos certeiros, ritmo perfeito, voz de comando!

Me deu uma surra de pica que eu achei que ele tinha priapismo! Cara, aquela porra não baixava de jeito maneira.

E foi até as 9 da manhã. Aí eu implorei pra dormir. Acordei às 11h com o cara metendo de novo... E depois ao meio dia. Ás 14:30 eu despachei. Não dava.

Não vou dizer que seja o caso de salmoura não. Mas uns dois dias sem andar de bicicleta é recomendável.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu acho é ótimo que a gente tenha noites assim... Caramba, vida de boemia, de meter o pé na jaca, e sair do lugar, mesmo que em "sã" consciência da péssima escolha de companhia, e vai asim mesmo. E depois a gente esquece, Ou não.

 
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