quinta-feira, outubro 12, 2006

INOCÊNCIA

Não suportava mais assistir missas. Os seios de Maria, Mãe de Jesus, chamavam minha atenção de adolescente. Dava para ver o início e o fim daquela pequena cidade do interior de Minas Gerais. E de muito longe, uma prima veio morar em minha casa. Adianto que nunca fui punck. Nunca mudei o corte do meu cabelo. Sempre achei, e ainda acho, que estou atrapalhando. E nunca grafitei muros. Mas minha alma é cravada, tatuada por histórias dadaístas.
E essa prima me mostrou a maior e mais bela oração: o sexo. Seus peitos enormes, seu umbigo, sua língua. Ela me seduziu lentamente. E me resgatou das mãos do Cão. Os peitos dela substituiram os de Maria de Nazaré do meu imaginário. Seus sussurros. E algo que me deixava feliz: "me chama de puta, priminho do pau grande". Alguns meses depois ela foi embora. Para bem longe. Anos mais tarde estudei o maior teólogo católico: o ex-puto Santo Agostinho. E entendi perfeitamente os motivos de Agostinho defender a necessidade da existências das putas.
Até namorei uma. Uma linda putinha. O quarto dela era povoado de fotografias de artistas, galãs de novela. Ouvia música brega. Não sabia nada de Filosofia, de merda alguma. Apenas me amava. Eu a apresentei para minha família, numa noite de Natal. No outro dia, tive que ir embora da minha casa. Morei no apartamento dela durante 24 dias. Fui embora. Nunca mais a vi. Essas foram as duas grandes bucetas da minha vida. Belo contexto para quem ia trombar com Bukowski e Henry Miller na biblioteca. (Zé Pereira)

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu quarto também é recheado de fotos do Fábio Jr, Zezé de Camargo e Luciano, Wando...

Meu perfume preferido é Leite de Rosas e apesar de falarem que é velho, sempre ouço a Perla.

Queria muito fazer um jantarzinho pra você...

Beijos,
Lucineide

 
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